OS MAIORES EVENTOS DE ARTES MARCIAIS DO PLANETA

EDITH GARRUD • (1872–1971) foi uma das primeiras instrutoras de Artes Marciais do mundo ocidental e a primeira professora britânica de JiuJitsu.
 
Conheça sua incrível história 👇
 
Seu início nas lutas foi quando se casou com William Garrud – boxeador, lutador e instrutor de Artes Marciais. Com ele aprendeu várias chaves de braço e arremessos de quadril. Em pouco tempo Edith estava usando as técnicas para levantar homens com o dobro do seu tamanho e arremessá-los ao solo.
 
Depois conheceu William Barton-Wright – o inventor do estilo de arte marcial conhecido como Bartitsu (combinação de luta com tacos, boxe sem luvas, savate francês e JiuJitsu estilo Kobe – veja o artigo “6 Artes Marciais do mundo”, aqui no blog). Então ela e o marido passaram a treinar com ele. E na sequência Edith foi treinar JiuJitsu com o famoso Sadakazu Uyenishi, o primeiro mestre de JiuJitsu a ensinar os alunos fora do Japão.
 
Ela se tornou mestre em usar alavancagem e mecânica para dominar homens bem maiores e realizar incríveis feitos de força, e em 1907 foi convidada para estrelar o primeiro filme de Artes Marciais do Reino Unido: um filme mudo chamado “JiuJitsu Takes Down the Footpads”, onde um bandido tentava roubar sua bolsa e ela detonava o cara.
 
Em 1908 suas habilidades se tornaram socialmente necessárias pela rápida ascensão do Movimento Sufrágio Feminino na Inglaterra. Esse foi um amplo movimento social, político e econômico que ocorreu em vários países do mundo a partir do século XIX PELO DIREITO AO VOTO DAS MULHERES. Mas como havia muita resistência ao movimento, sempre que um grupo de mulheres se reunia os policiais apareciam e batiam nelas!
 
Então Edith montou um clube clandestino de Artes Marciais e criou a unidade de guarda-costas da União Social e Política das Mulheres. Esse grupo era formado por mulheres treinadas no combate corpo a corpo para reagir e anular a violência policial. Mulheres femininas, com vestidos e chapéus da época, que se misturavam à multidão para passarem desapercebidas. Mas além da técnica de luta, elas traziam pinos de boliche e armaduras de papelão de sete centímetros sob os largos vestidos para proteger suas costelas dos golpes vindos dos policiais.
 
Após a vitória do movimento em 1918, Edith foi solicitada a dar aulas para os policiais de Londres, que se interessaram em aprender aquela técnica que tantas vezes os derrotara.
 
Ela também continuou administrando suas escolas de Artes Marciais, escreveu artigos sobre defesa pessoal em revistas, dirigiu o ramo de mulheres atletas da Liga da Liberdade Feminina e se tornou coreógrafa de lutas de Artes Marciais para teatro e cinema.
 
Edith Garrud é reconhecida até hoje por forjar a imagem da militante sufragista treinada no combate corpo a corpo que passou a representar a luta de todos os militantes pelo voto feminino.
 
“A força física parece ser a única coisa em que as mulheres não demonstraram sua igualdade com os homens, e enquanto esperamos a evolução que está ocorrendo lentamente e trazendo essa igualdade, podemos muito bem usar o JiuJitsu.” (Edith Garrud)
Texto
Marcia Lomardo
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